🔗 Speaking of aging
“How sad it is! I shall grow old, and horrible, and dreadful. But this picture will remain always young. It will never be older than this particular day of June… If it were only the other way!” — Oscar Wilde, The Picture of Dorian Gray
A while ago I realized that, as we live more and more of our lives online, many of us have turned into a sort of reverse Dorian Gray.
We create accounts in service after service, uploading our avatar images. Some of them are periodically updated for various reasons (Facebook in particular), but many of them stay unchanged for years. When was the last time you changed your GMail avatar?
As it happens, our online self keeps that perennial smile, that youthful face that’s sometimes years old by now, while our physical self, the one that’s locked in a room, sitting on a computer as the online self strolls around in cyberspace, ages day by day.
I have friends here on Facebook whose avatars I’ve known for years. Professors are known for having outdated pictures in their websites, with black hair that has long turned gray.
I met a guy at a conference who I expected to be a youthful long-haired dude in his 20s, and was a short-haired man in his late 30s. When I said “oh, you have short hair now!” he smiled, a bit confused, and then remembered his own picture. What is striking is that I should have known, since I knew that picture for over ten years myself, back when I was a dude in my 20s.
As for me, I have one nice pic of myself that I uploaded as an avatar in many services (Twitter, Github, etc) that I’m just too lazy to switch. I like the picture and I actually used it once as a reference at the barbershop when getting a haircut (was I trying to chase my “Dorian’s picture”?). Still, when switching back from my child picture here on Facebook back to my “current” picture, the thought that my usual profile picture is actually from 2011 came to mind. Hence, this picture.
🔗 Eduardo Jorge e a perpetuação dos estereótipos
Eduardo Jorge era o candidato mais atento no debate. Ele sabia a sequência dos candidatos a serem perguntados antes de o Bonner dizer. Ele corrigiu o Bonner em mais de um momento sobre a hora de quem deveria falar.
Enquanto isso, os outros perguntavam “pra quem posso perguntar agora?”. A Marina seguiu respondendo depois da tréplica e continuou falando mesmo quando mandaram parar. A Dilma volta e meia atropelava as palavras e não formava frases completas. O Aécio respondeu a uma pergunta “vamos conversar sobre [um assunto sério]” com “eu sempre gosto de conversar com você”. O William Bonner passou o debate inteiro risonho e distraído.
Se o Eduardo Jorge tivesse feito qualquer uma dessas coisas, haveriam 300 memes na internet dizendo “que é porque ele estava chapado”. Mesmo sem ele ter feito nenhuma dessas coisas, tiveram 300 memes durante o debate dizendo que ele estava “chapado”, chamando ele de “maconheiro”, com essas palavras.
O pior é que vejo essas piadas vindo de todos os lados, desde o colunista da Veja até militantes da descriminalização da maconha. Será que esses últimos não veem que estão fazendo um desserviço a si mesmos? Por mais que nesse caso tenha um ar de cumplicidade marota, na prática apenas perpetua a estereotipação.
Da mesma forma, na eleição passada, quando o Plínio de Arruda Sampaio dava a real nos debates, jorravam piadas de que ele era um “velho gagá”, tipo o vovô que fala as verdades incovenientes na mesa de jantar porque já chegou na idade de “ligar o foda-se”. É o discurso do preconceito.
É óbvio que a pessoa ser sorridente e descontraída não significa que ela está usando maconha, mas quando é com o Eduardo Jorge, lá vem a piada pronta. E claramente são dois pesos e duas medidas: Pros lapsos do Bonner no debate, as piadas eram que ele estava “distraído com o Twitter”.
Eduardo Jorge foi o único candidato que falou no debate algo de completo sobre a questão de política de drogas, indo desde a questão de política de segurança (lado esse que a Luciana Genro também citou muito bem na questão da “guerra aos pobres”) até a problemática de saúde no tratamento de usuários dependentes, que não pode ser deixada de lado. É triste ver que a única repercussão da internet, até das pessoas que eu acho que supostamente deveriam ser as mais interessadas nisso, é compartilhar memes dizendo “haha, maconheiro!”.
PS: Eu sempre odiei que toda vez que eu faço ou digo algo criativo/maluco/surrealista, alguém sempre faz a piada pronta “pô, me dá isso aí que tu tá tomando!”, como se alguém só pudesse ser criativo usando drogas. Eu sei muito bem ser fora-da-casinha por conta própria, muito obrigado.
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